quinta-feira, 26 de abril de 2012

sermão para um ateu

você chama o amor de passageiro
e o passageiro de amor
ingrato!
troca o dia pela noite, erra na medida
pisa na bola, se atrapalha, se debate.
Vá para o raio que o parta!
Vive sua vida medíocre, se acomoda feito um gato no balaio
andando de lado para outro e depois lamenta suas impotências
sonha alto, sonha bonito,
mas vive a mercê do concreto 
do que se tem.
o que se tem?
Infeliz!
como um vagalume que tem a luz na bunda 
mas não consegue iluminar o próprio caminho!
arranca-te desse viver oco
toma coragem, 
se faz de louco
ergue os muros do teu sonho
ao invés do teu marasmo
saia, viva, pense, respire, 
sorria para o que te faz sorrir e sai dessa tela
dessa caixa.
você é uma caixa
que surpresas boas, deixe-as respirar
acenda uma vela pro seu santo
e encandeça nossas vidas.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

go

Enrolado num pano preto, em pequenos pedaços para não ser descoberto, passado com cuidado de mão em mão. Um amassado aqui, uma batida ali.
Muita sutileza, os disfarces às vezes bastam a olho nu.
Mal recebido às vezes, fica um tempo parado, e logo retoma sua ânsia de vida, consumo. Cada vez mais forte. Vai diminuindo e ficando mais forte..
Grudado na pele, feito a cera de uma vela, arde.
mas um toque, e esfarela.
fica apenas a marca avermelhada da queimadura.
No barulho quieto da noite flutua ele, o sentimento clandestino.