como é que a gente gosta?
não sei.
gosta só.
Por nada, nenhum motivo.
Eu lembro que achava que gostava dele porque ele parecia outro que eu já tinha gostado.
Mas não era por isso.
Gostava dele porque começamos com o propósito de não nos gostarmos. Mas daí, gostamos. Acontecimentos contemporâneos..
No começo o cigarro e as músicas daquela banda me irritavam. Das gordurinhas a mais também nunca fui fã.
Gostava de ter que trocar de música e sempre torcer o nariz debochando da banda. E de colocar no Cartola, que também marcava presença por lá em toda manhã que ele me deixava em casa e 'na madrugada iremos pra casa cantando'.
Gostava do sorriso dele, na verdade. E de toda química que nos envolvia.
Não gostava do jeito largado, nem dos olhos quase cerrados. E da sinceridade dele, menos ainda.
Pensava sempre 'ainda bem que não gosto dele, não namoraria'.
Sempre pensava.
Pensava sempre.
Hoje quando ouço aquela banda, em especial aquela música que ele cantava inteira e eu ria, e ele ria da minha risada, lembro que pensava nisso.
Que gostávamos desse erro que era a gente. Que a gente não estava errado. Que bebíamos juntos, que éramos estranhos juntos, que um amigo nosso disse certa vez que eu melhorava ele.
Demos boas risadas e bons abraços e bons beijos.
Beijos que infelizmente não conseguiram perfurar a folha mais fina de aço que tenho no peito. Estava quase lá, mas parou no meio do caminho.
Sei que ele sentiu muito pela minha resistência. Dizem que era orgulho.
Eu só digo que gostei.
Gostei de mais de ele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário