como eu te amei
terça-feira, 23 de abril de 2013
Gostei de mais de ele
como é que a gente gosta?
não sei.
gosta só.
Por nada, nenhum motivo.
Eu lembro que achava que gostava dele porque ele parecia outro que eu já tinha gostado.
Mas não era por isso.
Gostava dele porque começamos com o propósito de não nos gostarmos. Mas daí, gostamos. Acontecimentos contemporâneos..
No começo o cigarro e as músicas daquela banda me irritavam. Das gordurinhas a mais também nunca fui fã.
Gostava de ter que trocar de música e sempre torcer o nariz debochando da banda. E de colocar no Cartola, que também marcava presença por lá em toda manhã que ele me deixava em casa e 'na madrugada iremos pra casa cantando'.
Gostava do sorriso dele, na verdade. E de toda química que nos envolvia.
Não gostava do jeito largado, nem dos olhos quase cerrados. E da sinceridade dele, menos ainda.
Pensava sempre 'ainda bem que não gosto dele, não namoraria'.
Sempre pensava.
Pensava sempre.
Hoje quando ouço aquela banda, em especial aquela música que ele cantava inteira e eu ria, e ele ria da minha risada, lembro que pensava nisso.
Que gostávamos desse erro que era a gente. Que a gente não estava errado. Que bebíamos juntos, que éramos estranhos juntos, que um amigo nosso disse certa vez que eu melhorava ele.
Demos boas risadas e bons abraços e bons beijos.
Beijos que infelizmente não conseguiram perfurar a folha mais fina de aço que tenho no peito. Estava quase lá, mas parou no meio do caminho.
Sei que ele sentiu muito pela minha resistência. Dizem que era orgulho.
Eu só digo que gostei.
Gostei de mais de ele.
não sei.
gosta só.
Por nada, nenhum motivo.
Eu lembro que achava que gostava dele porque ele parecia outro que eu já tinha gostado.
Mas não era por isso.
Gostava dele porque começamos com o propósito de não nos gostarmos. Mas daí, gostamos. Acontecimentos contemporâneos..
No começo o cigarro e as músicas daquela banda me irritavam. Das gordurinhas a mais também nunca fui fã.
Gostava de ter que trocar de música e sempre torcer o nariz debochando da banda. E de colocar no Cartola, que também marcava presença por lá em toda manhã que ele me deixava em casa e 'na madrugada iremos pra casa cantando'.
Gostava do sorriso dele, na verdade. E de toda química que nos envolvia.
Não gostava do jeito largado, nem dos olhos quase cerrados. E da sinceridade dele, menos ainda.
Pensava sempre 'ainda bem que não gosto dele, não namoraria'.
Sempre pensava.
Pensava sempre.
Hoje quando ouço aquela banda, em especial aquela música que ele cantava inteira e eu ria, e ele ria da minha risada, lembro que pensava nisso.
Que gostávamos desse erro que era a gente. Que a gente não estava errado. Que bebíamos juntos, que éramos estranhos juntos, que um amigo nosso disse certa vez que eu melhorava ele.
Demos boas risadas e bons abraços e bons beijos.
Beijos que infelizmente não conseguiram perfurar a folha mais fina de aço que tenho no peito. Estava quase lá, mas parou no meio do caminho.
Sei que ele sentiu muito pela minha resistência. Dizem que era orgulho.
Eu só digo que gostei.
Gostei de mais de ele.
quinta-feira, 28 de março de 2013
dica
peço pro meu santo
pra ele te protegê
mas que bobagem
ele acompanha eu
e não você
então peço pra ele
muita calma e muito amô
ele disse:- ô menina,
muito amô você já tem,
só a calma que lhe falta,
e um juízo também.
Vou lhe recomendar e você preste atenção:
pode tomar banho de mar,
lavar o corpo com arruda
mas lembre que nada muda
enquanto o coração não aquieta.
Aprende a certa respiração
dá uma puxada na vida
que no fundo você sabe
a emoção é o que valida
pra ele te protegê
mas que bobagem
ele acompanha eu
e não você
então peço pra ele
muita calma e muito amô
ele disse:- ô menina,
muito amô você já tem,
só a calma que lhe falta,
e um juízo também.
Vou lhe recomendar e você preste atenção:
pode tomar banho de mar,
lavar o corpo com arruda
mas lembre que nada muda
enquanto o coração não aquieta.
Aprende a certa respiração
dá uma puxada na vida
que no fundo você sabe
a emoção é o que valida
segunda-feira, 11 de março de 2013
algum mês de 2008
Mal posso acreditar que tenho limites. Sou recortada e definida. Sinto-me espalhada no ar, pensando dentro das criaturas, vivendo nas coisas além de mim mesma.
Quando me surpreendo ao espelho não me assusto porque me ache feia ou bonita. É que me descubro de outra qualidade.
Depois de não me ver há muito, quase esqueço que sou humana, e sou com a mesma libertação de fim de consciência quanto uma coisa apenas viva. Essas curvas sob a blusa vivem impunemente? Por que caladas?
Até que uma frase, um olhar - como o espelho - relembram-me surpresa outros segredos, que me tornam ilimitada.
Fascinada, mergulho o corpo no fundo do mar, calo todas suas fontes e, sonâmbula, sigo por outro caminho: analiso instante por instante, percebo o núcleo de cada coisa feita, de tempo e de espaço.
Possuir cada momento, ligar a consciência a eles como pequenos filamentos quase imperceptíveis, mas fortes.
É a vida?
Mesmo assim ela me escaparia.
Outro modo de captá-la seria viver?
Mas o sonho é mais completo que a realidade, ela me afoga na inconsciência. O que importa afinal: viver ou saber que está vivendo?
Sinto a forma úmida debatendo-se dentro de mim. Mas onde está o que eu quero dizer? Onde está o que eu devo dizer?
Inspirai-me. Eu tenho quase tudo; eu tenho o contorno à espera da essência.
O que fazer? Utilizar-se de corpo e alma em proveito do corpo e da alma? Ou transformar minha força em força alheia?
Ou esperar que de mim mesma nasça, como consequencia, a solução?
Nada posso dizer ainda dentro da forma.
Quando me surpreendo ao espelho não me assusto porque me ache feia ou bonita. É que me descubro de outra qualidade.
Depois de não me ver há muito, quase esqueço que sou humana, e sou com a mesma libertação de fim de consciência quanto uma coisa apenas viva. Essas curvas sob a blusa vivem impunemente? Por que caladas?
Até que uma frase, um olhar - como o espelho - relembram-me surpresa outros segredos, que me tornam ilimitada.
Fascinada, mergulho o corpo no fundo do mar, calo todas suas fontes e, sonâmbula, sigo por outro caminho: analiso instante por instante, percebo o núcleo de cada coisa feita, de tempo e de espaço.
Possuir cada momento, ligar a consciência a eles como pequenos filamentos quase imperceptíveis, mas fortes.
É a vida?
Mesmo assim ela me escaparia.
Outro modo de captá-la seria viver?
Mas o sonho é mais completo que a realidade, ela me afoga na inconsciência. O que importa afinal: viver ou saber que está vivendo?
Sinto a forma úmida debatendo-se dentro de mim. Mas onde está o que eu quero dizer? Onde está o que eu devo dizer?
Inspirai-me. Eu tenho quase tudo; eu tenho o contorno à espera da essência.
O que fazer? Utilizar-se de corpo e alma em proveito do corpo e da alma? Ou transformar minha força em força alheia?
Ou esperar que de mim mesma nasça, como consequencia, a solução?
Nada posso dizer ainda dentro da forma.
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